Brasil ocupa 18ª posição entre países que mais estimulam empreendedorismo feminino
Itforum, 06/07/2015
Estados Unidos, Canadá e Austrália foram nomeados como os melhores lugares para a prática entre as mulheres
Estudo realizado pela Dell mostra que o Brasil ocupa a 18ª colocação no ranking de países que mais estimulam o empreendedorismo entre as mulheres. O Global Women Entrepreneur Leaders Scorecard, que tem o objetivo de funcionar como uma ferramenta de diagnóstico voltada a apoiar líderes, órgãos legisladores e reguladores a melhorar as condições para que as mulheres empreendedoras prosperem, analisou 31 países. O levantamento apontou que Estados Unidos, Canadá, Austrália, Suécia e Reino Unido foram nomeados como os melhores lugares para a prática entre as mulheres.
Baseado em pesquisas encomendadas pela Dell em 2013 e 2014, o índice deste ano avaliou cinco categorias: ambientes de negócio familiares; acesso a recursos; liderança e direitos; oportunidades para o empreendedorismo feminino; e potencial de alto crescimento de empresas pertencentes a mulheres. O novo Scorecard também analisa os fatores-chave comprovados para promover empreendedorismo feminino de alto impacto e estima o número de postos de trabalho que podem ser criados por empresas pertencentes a mulheres, caso elas atinjam o pleno potencial de crescimento.
Mais de 70% dos 31 países do estudo – que representam 76% do PIB global – tiveram uma pontuação abaixo de 50%, o que demonstra crescimento significativo da lacuna em relação a oportunidades de empreendedorismo para homens e mulheres em todo o mundo. Embora os Estados Unidos liderem o ranking, como o país que fornece um ambiente de negócios favorável a empreendedoras, o país tem uma pontuação de apenas 71%.
Desafios
De acordo com o levantamento, em geral, todos os países mais bem classificados proporcionam ambientes de negócios estáveis, com altos níveis de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, ecossistema de inovação e disponibilidade de capital, combinados com níveis relativamente baixos de regulamentações, corrupção e monopólios de mercado. O país mais bem classificado, os Estados Unidos, obteve a maior pontuação na categoria de ambiente de negócios geral, mas apenas 13% das novas empresas com mulheres em seu time executivo e 3% das empresas pertencentes a mulheres receberam financiamento de capital de risco em 2014.
A pesquisa mostra que mulheres CEOs, diretoras seniores e membros do conselho resultam em salários mais altos e melhores condições para as trabalhadoras do sexo feminino, possibilitando uma maior atividade de desenvolvimento de negócios.
Apenas quatro países, Brasil, China, Malásia e Nigéria, têm mulheres que ocupam 5% das posições de CEO de empresas de capital aberto, e seis países não têm nenhuma mulher no cargo de CEO. Em apenas três países, Polônia, Rússia e Jamaica, as mulheres representam 35% ou mais da gerência sênior, e a França é o único país com mulheres ocupando 30% das posições em conselhos de empresas.
O levantamento mostra ainda que os governos desempenham papel importante no incentivo ao empreendedorismo feminino. Os contratos públicos representam entre 30% e 40% do PIB nos países em desenvolvimento e 10% e 15% do PIB nos países desenvolvidos.
No entanto, globalmente, apenas cerca de 1% dos contratos de fornecimento públicos são concedidos a empresas de propriedade de mulheres. Dos 31 países do Scorecard, os EUA e a África do Sul são os dois únicos países que promovem ativamente o crescimento orientado às empreendedoras, por meio de políticas de contratos públicos de gênero. E a coleta de dados de gênero pelo governo é fundamental para mudança de a referência. Quatro dos países, EUA, Suécia, França e Alemanha, realizam um censo anual de negócios de gênero e o México rastreia dados de gênero para todos os programas de empreendedorismo financiados pelo governo. O Chile é o único país a fazer os dois.