Lideres despreparados Fonte: Blog LG, 25/11/2022
Ocupar um cargo gerencial pela primeira vez é desafiador e exige o desenvolvimento de uma nova identidade profissional. O levantamento “Primeira Gestão” realizado pelas consultorias LAB SSJ, Clave e Etalent em março desse ano, mostrou que apenas 14,5% dos gestores tiveram algum treinamento formal antes de assumir sua primeira gestão. Quando questionados sobre quais recursos buscaram para solucionar as angústias no início dessa experiência, apenas 21,5% dos entrevistados revelam ter feito algum curso. Em geral, para aperfeiçoar as habilidades de gestão, a maioria buscou apoio nos líderes (78,6%).
Nesse contexto, as empresas têm enfrentado a falta de líderes preparados e disponíveis no curto prazo para assumirem os variados níveis de gestão. Assim, há, cada vez mais, preocupação das companhias quanto ao desenvolvimento da liderança desde a primeira gestão.
Acompanhando essa tendência, segundo a última edição da pesquisa mundial “The State of Business Process Management”, da BPTrends, realizada em série histórica desde 2005, envolvendo 399 empresas mundiais, nos países emergentes o mercado para treinamentos e capacitações em modelos está mais aquecido. Na América Latina, 49% das empresas participam de conferências e seminários em gestão de processos.
De acordo com Vânia Akabane, diretora de Recursos Humanos da Alcoa América Latina Caribe, esses treinamentos são oportunidades para os líderes adquirirem conhecimentos e habilidades para conduzir de forma eficaz as equipes de trabalho e, dessa maneira, promover a melhoria do clima organizacional, a redução do turnover e, consequentemente, o aumento do engajamento e da produtividade de sua área de trabalho.
Com foco no treinamento de novos líderes, a companhia promove o Advancing Supervisory Excellence (ASE), que faz parte do programa global de desenvolvimento da liderança da Alcoa. “Temos diversos líderes de primeira viagem que apresentaram performances e conhecimentos técnicos diferenciados em suas posições anteriores e, agora, lideram equipes. O treinamento ASE os apoia a entenderem o seu novo papel e a desenvolverem suas competências de liderança”, explica Akabane.
A pesquisa “Primeira Gestão” revela ainda que uma das maiores expectativas de novos gestores é desenvolver pessoas. Relevante para 86,6% dos respondentes, a preocupação com o desenvolvimento da equipe persiste nos primeiros tempos na função e se mantém como um dos fatores mais importantes mesmo depois da transição para o primeiro nível gerencial.
Carolina Vassaro Kirszenwurcel que assumiu a gerência de treinamento da Unilever recentemente, após um processo de recrutamento interno, concorda: “Minha expectativa é assumir o papel de líder da nova equipe, orientá-los, direcioná-los e trazer os resultados esperados desse novo cargo”.
Para a nova líder, o primeiro desafio ao assumir um cargo gerencial é descobrir qual o seu estilo de liderança. “Uma vez que você o descobre, o desafio passa a ser gerenciar pessoas com perfis diferentes. Muitas vezes você passa a mesma mensagem para sua equipe, mas a forma como eles vão entender e interpretar é variada. Saber lidar com essa variedade de perfis e estilos, tirando os melhores resultados de cada um, é a chave de ouro para atingir os resultados”, conclui.
Práticas para fortalecer o pipeline de líderes através dos planos de sucessão se tornam fundamentais. Segundo Akabane, na Alcoa há casos de funcionários que ainda não possuem gestão de equipe e são indicados para a realização do treinamento ASE a fim de prepará-los de antemão para uma posição de liderança futura.