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Notícias

Em um mundo de carros voadores, não planeje sua carreira para o passado Fonte: Exame, 06/04/2022

São Paulo - Não tenha medo. Esse é primeiro e principal conselho sobre o futuro do trabalho oferecido por Paul Roehrig, líder global de estratégias digitais da Cognizant e coautor do livro “O que fazer quando as máquinas fazem tudo”.

Em entrevista exclusiva para EXAME, o executivo desmentiu a ideia de uma catástrofe de empregos, comentando tendências para o mercado do futuro.

Segundo ele, o medo do que pode acontecer não é inapropriado, mas os profissionais devem se lembrar de que têm o poder de moldar suas carreiras e não cair da armadilha de ignorar os avanços do mundo a sua volta.

“Não planeje sua carreira para o passado, planeje para o amanhã. Esse é nosso trabalho como pessoas tentando ter uma carreira emocionante: pense no que está vindo e qual a sua curiosidade sobre isso, o que você acha mais interessante”, diz ele.

Roehrig abriu o evento Cognizant Experience em São Paulo, no dia 23, com palestra sobre as tendências para se preparar para a economia digital.

Como exemplo para as transformações que nos aguardam, ele comentou sobre a existência hoje de uma empresa focada em construir carros voadores. “E eles estão contratando pessoas”, diz.

Em seu livro, e durante a entrevista, ele explicou que é preciso observar a introdução da inteligência artificial na força de trabalho além dos dados sobre empregos que deixarão de existir, mas tendo em vista as novas oportunidades.

“Alguns empregos serão severamente alterados, quase todas as funções vão mudar por causa da tecnologia e teremos em torno de 13% a 14% de novos empregos. Pensar no todo mostra um cenário mais preciso sobre onde estarão os empregos no futuro”, fala ele.

Questionado sobre sua visão otimista, rebate: “sou otimista, mas isso requer boas decisões para ser dono da sua carreira e agente sobre ela”.

Confira a entrevista completa sobre os empregos do futuro, em que ele indica como você pode saber se seu emprego vai sumir e o que fazer hoje para “vencer” os robôs:

Paul Roehrig: Essa é a grande questão. Nós falamos sobre isso no livro, que alguns empregos vão acabar, mas não podemos dizer que isso será um problema. A automação vai fazer mais e mais tarefas, mas é comum nessa retórica que apenas alguns dados pontuais sejam destacados, extrapolados e digam que teremos uma catástrofe de empregos. E nós não pensamos que seja esse o caso.

O que é verdadeiro é que a tecnologia vai mudar quase todos os empregos. Para alguns, se seus empregos são altamente rotineiros, usam dados intensamente e não utilizam os pontos fortes dos seres humanos, esses cargos estão em risco. Mas a história maior, que não é tão contada e que eu acho importante para as pessoas pensando em suas carreiras e nas carreiras de seus filhos, é que ainda terão muitos empregos bons focados em coisas que as máquinas não saber fazer direito.

As máquinas fazem cálculos bem e a inteligência artificial (IA) ajuda a colocar mais capacidades dentro dessa máquina, mas a ideia de que será uma catástrofe e o fim dos empregos, perdendo 40 a 50% deles, isso não parece real. Em análises mais recentes, vemos que é menos provável que isso aconteça.

O avanço da IA não é o bastante, máquinas fazem algumas coisas bem e outras nem tanto. Falamos no livro que robôs não fazem boas perguntas. O seu emprego [de jornalista], por exemplo, está seguro, por que você pensa em conteúdo e nas perguntas que não foram feitas ainda. Um robô pode ajudar a processar essa informação, ele pode criar conteúdos personalizados, e tudo isso é importante e útil, mas trabalhos de jornalismo ou advocacia, trabalhos que pedem destreza manual… essas coisas estão bem longe de serem automatizadas, se forem um dia.

Roehrig: Isso se relaciona um pouco com o que falávamos. Para sermos mais digitais, nós temos que ser mais humanos. Com novas tecnologias, novos softwares, IA, Analytics, Big Data, nós experimentamos tudo isso pelo software. Então o que eu, você e todo mundo experimenta da economia digital é moldado através de como os softwares são feitos. É por isso que nós adoramos a Netflix, o LinkedIn ou o Google; e não gostamos de sistemas corporativos escritos anos ou até décadas atrás. Esse software não parece certo para nós: ele foi escrito e construído por causa da tecnologia. Ele poderia ser útil na época, mas a tecnologia moderna mudou as expectativas que temos quando interagimos com um software.

Se você for no Google Play ou na Apple Store, a maioria dos aplicativos ali não é muito usada, porque eles não foram construídos bem. E porque eles não foram construídos para humanos, são produto apenas de uma capacidade tecnológica. O outro lado é: eu vou construir um aplicativo como você quer e como você precisa. É isso que significa ser mais humano. É construir software, com dados e IA, em linha com as necessidades e desejos humanos, não apenas com o que é tecnicamente possível

É isso que faz programas bonitos e tecnologias essenciais que queremos usar em contraste com tecnologias que odiamos.

Roehrig: Essa é uma ótima pergunta. Depois do livro, nós pesquisamos as 21 carreiras do futuro pensando nisso, em como a inteligência artificial vai mudar os empregos. A IA, como falamos, vai mudar muitos empregos existentes. Ela vai ajudar professores a trabalhar melhor, assim como motoristas, médicos ou advogados. Esses empregos já existem, mas eles serão melhorados pela tecnologia. Assim, eles serão médicos mais efetivos e advogados mais eficientes.

Mas teremos alguns empregos novos e emergentes em alguns setores que já conhecemos. Como no que diz respeito à realidade virtual (VR), nós antecipamos que terá um mercado maior para televisão e filmes nos próximos anos. Há a expectativa de que a biotecnologia será maior do que a tecnologia da informação. Segurança de dados, privacidade, compliance, ética… todas essas são áreas de trabalho que podem existir em pequena escala hoje, mas que vão crescer rapidamente.

Na apresentação que tivemos hoje, nós falamos sobre carros voadores. E isso soa louco, é algo que aparece na ficção científica desde que somos crianças, mas agora tem uma empresa que está tentando construir carros voadores. Nós teremos esses carros para uso comum? Eu não sei. Porém a ideia de que é louco ou ficção científica acabou. E eles estão contratando, você pode trabalhar hoje para uma empresa de carros voadores. Soa louco, mas é algo real.

Se você olhar, temos uma nova categoria de trabalhos surgindo. Falamos de trabalhos melhorados e de trabalhos automatizados, mas vemos também algo em torno de 13 ou 14% de empregos novos. E muitos são criados em torno de como os humanos interagem com a tecnologia. E os empregos que vão ajudar a gerenciar a IA? Empregos para adicionar ética na IA? Trabalhos para auxiliar na conexão de sistemas que construímos para sermos mais produtivos como enfermeiros e advogados? Esses empregos vão absolutamente surgir e terão humanos no centro da equação.

Roehrig: Eu sou otimista, mas isso requer boas decisões para ser dono da sua carreira e agente sobre ela. Isso é o correto e é absolutamente importante. Se o trabalho que você faz é altamente rotineiro, usa dados intensivamente, é repetitivo e em escala, Esses empregos estão em risco, não existe dúvida disso.

Então, se você está nessa posição, o que deve fazer? Tudo se resume às tarefas que os humanos fazem melhor do que as máquinas. Você tem que tomar medidas para se afastar do tipo de trabalho que tem muita rotina, muitas pessoas fazendo o mesmo e mexendo com dados. Empregos em que você não está sendo humano.

Se você não está fazendo boas perguntas, fazendo julgamentos, mostrando empatia, se relacionando com outras pessoas, ou em geral fazendo tarefas complexas, esse é um sinal de aviso. E você precisa mudar para uma carreira adjacente, não há dúvida.

O que fazer? Existem treinamentos para buscar trabalhos auxiliares ao seu. Se sua rotina é mecânica, você precisa procurar o valor do que você faz e se especializar nisso. Não é impossível, se parte do seu trabalho é mecânico, existe 10% de solução de problemas complexos, de gerenciar relações humanas, exercer julgamentos e mostrar curiosidade. É uma porcentagem pequena, então você deve torná-la majoritária.

E as empresas querem isso. Elas querem fazer trabalhos com maior valor. Então você não vai precisar abandonar uma carreira completamente, o que pode ser difícil, pois a maioria dos trabalhos tem uma parte humana. É muito raro um emprego não ter nenhuma habilidade assim.

Esse é meu conselho: encontre os 10% do seu trabalho que são mais humanizados e faça disso sua prioridade. E trabalhe com sua empresa, ela quer ter trabalhadores mais produtivos, é parte do que procuram.

Roehrig: Nunca limite a imaginação humana. Pela história, seja na revolução industrial ou na invenção da computação, houve medo. Eu não necessariamente acho que o medo seja inapropriado, mas penso que tê-lo como único sentimento é uma armadilha. E existem muitas pessoas falando que atingimos o ápice da humanidade, que robôs vão assumir o controle e humanos não terão mais uma função. Isso foi dito antes e nunca foi verdade. Então estaríamos quebrando a história se essa próxima mudança nos negócios e tecnologia acabasse nos colocando em um cenário onde humanos são redundantes.

Então, nós podemos olhar para o filme O Exterminador do Futuro e ter medo daquilo, mas aquela realidade não é o que estamos enfrentando. Tem uma ótima frase que ouvi, eu não me lembro quem disse, mas não fui eu. Ela dizia: “Ficção científica não nos conta nada sobre o futuro, ela nos conta sobre o que temos medo hoje”. Então, quando você vê O Exterminador do Futuro, Ela, livros como O Círculo, Black Mirror, eles nos falam sobre o que temos medo.

A armadilha é cair apenas nisso, no lugar de dizer “sim, talvez essa ferramenta possa ser usada para coisas que não são boas para a humanidade no geral, mas esse não precisa ser o caso”. Então, não limite a imaginação humana. Acho esse o maior risco. Não olhe para a situação com a tecnologia e pense que o único resultado é horrível.

Você me perguntou das habilidades e acho que voltamos para a questão que temos que ser bons usuários de tecnologia. Pessoas que querem apenas se desvincular disso, essa é uma aposta de risco. Acho que ser um bom usuário de tecnologia é absolutamente necessário para todos os trabalhos. E nós precisamos de pessoas que sejam construtoras de ferramentas, que criem códigos e softwares, que pensem no design, que juntem as peças de uma forma nova em torno da inteligência artificial ou criem novas experiências interativas. Teremos grandes oportunidades para pessoas animadas com isso.

Roehrig: Tem uma frase que usamos: “o futuro já está aqui, ele apenas está distribuído desigualmente”. Todas as coisas que falamos podem soar loucas, mas são verdadeiras. Não importa se parece louco, alguém está fazendo isso hoje. Se carros voadores são populares, quem pode saber? Mas existem pessoas sérias tentando resolver grandes problemas. A incerteza é parte da condição humana, é parte do que nos aguarda como humanos.

Como um negócio digital, somos otimistas com o futuro, pois cada empresa com que a Cognizant trabalha está lidando com o tipo de mudança de valores de ser amplamente física para ser física mais digital.

Então, se você está na área de saúde, ciências da vida, varejo, financeira ou seguradora, seus clientes querem se envolver com você de forma diferente. E eles querem softwares belos e conteúdo disponível em todo lugar e canal que desejam. Eles querem análises e inteligência artificial. Eles não querem exatamente saber como funciona, mas querem experiências guiadas por software junto com dados e informações. É isso que as pessoas querem e o que os clientes querem. E nosso trabalho como Cognizant é ajudar os clientes a entregar essa promessa. E sim, é uma grande oportunidade. E um privilégio também, poder ajudar empresas a, de certa forma, se reformar e estarem prontas para uma nova forma de oportunidade. É emocionante, estamos animados. Se você andar por aqui [na sede da empresa em São Paulo], encontrará pessoas nervosas e animadas ao mesmo tempo.

Roehrig: Eu penso! Absolutamente, sim. Quer dizer, se olhar para o futuro como incerto, como falamos, isso é uma certeza. Existe um limite de certezas, mas pelo o que sabemos, a tendência será essa. Faça um jogo: você consegue imaginar um futuro com tudo desconectado? Não consegue, né? Sem Google, sem LinkedIn, sem Microsoft.. parece possível? Provavelmente não.

Então é incerto? Sim! Mas existem coisas de que estamos confiantes. A mudança para novos modelos comerciais, novas experiências e novos requisitos para software, o papel crescente de dados, inteligência artificial e análise. Essas expectativas não vão sumir, nem as ferramentas ou oportunidades.

Assim, se você está planejando ou gerenciando sua carreira, essas são as coisas para pensar. Não planeje sua carreira para o passado, planeje sua carreira para o amanhã. Esse é nosso trabalho como pessoas tentando ter uma carreira emocionante: pense no que está vindo e qual a sua curiosidade sobre isso, o que você acha mais interessante. Isso sempre foi real, apenas as ferramentas e valores que estão evoluindo.

Então você pode enxergar isso como aterrorizante ou como uma nova possibilidade. Se você tiver essa mentalidade e você puder adquirir essas habilidades, é fantástico. Você terá o melhor momento da sua vida.

Ou você pode se esconder e querer se proteger disso, como Sócrates discutindo contra o uso da palavra escrita. Ou alguém questionando o motor a vapor. Ou a eletricidade. As pessoas o fizeram, mas estavam erradas.

Roehrig: Carros voadores eu não sei, isso fica fora da minha área de especialidade.

Existem características de lugares que vão se sair melhor. Você precisa de um livre fluxo de capital, um livre fluxo de informação, proteção de IP, um bom sistema de educação, ONGs e governos trabalhando juntos e companhias dispostas a investir na comunidade. Esse se torna o algoritmo para um lugar que vai se dar bem nessa economia, eu diria. Mesmo que seja uma cidade ou país, esses serão os lugares para estar.

Existe um ótimo livro chamado “The Rise of the Creative Class”, do Richard Florida, em que ele fala como um lugar se torna um organizador central para pessoas prontas para se adaptar e construir coisas novas. Então a resposta é sim, essas características mais alinhadas de uma região, cidade ou país vão possibilitar uma adaptação e evolução mais rápida. Agora não conheço o bastante sobre as características regionais e como o governo funciona para comentar bem sobre o Brasil. Elas parecem presentes para mim, apenas como um observador.

E essas características vão absolutamente ajudar um lugar a se tornar um centro de gravidade para criar a próxima economia.

Roehrig: Se eu estivesse deixando a faculdade agora, a primeira coisa que eu olharia é se a empresa vai me ajudar a aprender. É o que aconselharia qualquer um. Se está começando agora ou mais para frente, você vai querer manter sua curva de aprendizado o mais íngreme possível por mais tempo que conseguir.

Se você sair da faculdade e pensar “é isso, acabei, não tenho mais nada para aprender e estou pronto”, isso é uma armadilha. Para todos, mesmo com 20, 30, 40, 50 ou 60, se você pensa que sabe tudo, é um engano. Então ter uma curva de aprendizado contínuo íngreme é muito importante. E será mais divertido e interessante.

Assim, na empresa que vou trabalhar vou ter oportunidades de aprender? Ela vai me ajudar a reimaginar o que o futuro pode trazer? Eu vou trabalhar com grandes pessoas? São coisas bem fundamentais, não importa a sua área. Você vai trabalhar com as melhores pessoas e elas vão te incentivar a manter seu aprendizado em torno das habilidades necessárias para a economia digital?

Você nunca vai errar se mantiver essa mentalidade saindo da escola. A não ser que você queira construir sua carreira em torno de um ofício, você vai precisar de capacidades tecnológicas e você vai precisar de capacidade humanas, como resolução de problemas, empatia, julgamento, curiosidade e aprendizado contínuo. Achar as pessoas que perguntam a você as questões mais difíceis, esse será um trabalho divertido. Será difícil também, mas vai te colocar no caminho certo.

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